funcionais ao extremo
- Bru Callegari
- 11 de mai.
- 2 min de leitura
Já é 2025 e ainda estamos sentindo os impactos da pandemia? 🦠 Pois é - além de virar o mundo de cabeça para baixo, a Covid-19 redefiniu nossa relação com a alimentação - de uma hora para a outra, a comida virou sinônimo de saúde, conforto e até imunidade. 😷 O que colocamos no prato passou a ser uma resposta direta às novas preocupações com o bem-estar físico e mental.
Eu sei que já falamos muito sobre produtos funcionais aqui 😴, até porque é um dos segmentos mais relevantes na indústria do bem-estar nos dias atuais: acredite ou não, os suplementos já estão disputando espaço com os alimentos e bebidas nas prateleiras do supermercado 🛒 - o que indica forte adesão ao estilo de vida e hábitos de consumo dos brasileiros.

No entanto, para que não me torne repetitiva 🔂, vamos analisar por uma nova perspectiva hoje. Durante a leitura do relatório Top trends sobre alimentação funcional da RG Think Food, tive o seguinte insight: praticamente todos os territórios de funcionalidade mais relevantes de 2025 estão ligados, diretamente ou indiretamente, com a característica performática da nossa sociedade. 🤑
Sendo mais específica, as funcionalidades de energia, foco, calma, imunidade e performance se alinham a premissa de “tempo é dinheiro” 💸 - ou seja, precisamos estar cada vez mais disponíveis e dispostas para performar mais no menor tempo possível (tornando os produtos funcionais ao extremo). ⚡️
Segundo o relatório, a definição de wellness não diz respeito a um estado passivo, mas uma busca ativa que envolve intenções e ações para alcançar uma saúde ideal 🤩 - sendo um processo de melhoria contínua. E se essa continuidade não tiver fim? 📈 Será que nossos padrões não são ideais demais, a ponto de serem inalcançáveis?
Como disse Byung-Chul Han em seu livro Sociedade do Cansaço, o fator inalcançável é justamente parte dessas novas estruturas sociais. 🫨 Desse modo, nos tornamos escravas de si mesmas ao usar o “autoaprimoramento” como máscara para a constante autocobrança. 🥵 Em outras palavras, já que todos nos dizem que “só depende de você”, temos uma sensação de que algo sempre pode ser melhorado (seja o corpo, a rotina, o sono, a organização, a alimentação, o volume de treino, a intensidade, a imunidade, etc.) e, consequentemente, a permanecemos insatisfeitas. 🫵
Além disso, a dominância das indústrias e a ascensão da inteligência artificial também nos impactam de maneira significativa. 🤖 Se o ChatGPT pode ter a versão 1.0, 2.0, 3.0 4.0… Por que eu não poderia? Dessa maneira - e especialmente dentro do universo fitness -, passamos a lidar com nosso corpo tal como máquinas, acreditando que podemos moldá-lo no formato que mais nos agrada (hipertrofia e emagrecimento - custe o que custar 🫡), dar um upgrade (imunidade e detox), recarregar de forma otimizada (sono e relaxamento) ou colocar no modo Não Perturbe(foco e concentração). As funcionalidades dos alimentos nos dão uma sensação de controle e previsibilidade sobre nós mesmas. 💭 Mas, será que é assim mesmo?
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