recovery first
- Bru Callegari

- 27 de nov.
- 2 min de leitura
Já falamos aqui sobre a obsessão pelo sono de qualidade 💤, mas parece que a recuperação está tomando novas proporções. Foi-se o tempo que o lema do mundo fitness era “no pain, no gain”, já que hoje recuperar é até mais importante do que treinar. 🤔
O boom da corrida e do compartilhamento de experiências na internet evidenciou o quão fácil pode ser se lesionar quando não há acompanhamento e descanso adequados. 🏃♀️ Já a tendência de hiper-monitoramento da saúde, deixou as pessoas mais atentas aos mínimos ajustes que podem ser feitos para otimizar a performance. ⚡️ Tal como robôs, vivemos um grande hiperfoco em melhorar milimetricamente todas as nuances de nossas vidas fit, desde o lanche calculado até a rotina de sono de 1000 passos.
Assim, vemos uma alta significativa nos utensílios voltados à "recovery first". ❤️🩹 Um exemplo é a marca Hyperice, que está dominando o mercado de utensílios portáteis que ajudam na recuperação muscular e de articulações. Já a Somnee é uma das muitas marcas que miram na otimização do sono: através de uma headband integrada à IA, mapeia suas ondas cerebrais durante a noite e cria sessões personalizadas de neuroestimulação para dormir (curiosidade: ganhou até investimento da NBA 🏀). De outra forma, a WellnessSpace Brands cria produtos para recuperação B2B, focados na venda para academias. 🏋️♀️ A ideia é criar “wellness spaces” nas academias com equipamentos fáceis de usar com grande valor agregado.

E, para concluir a tendência da semana, vale a reflexão: por que precisamos otimizar tudo? 💭 Quando a nossa busca por saúde começa a exigir mais e mais controle, talvez devêssemos nos perguntar se ainda estamos cuidando de nós ou apenas performando autocuidado. 🙇♀️ Nossa cultura transformou eficiência em valor moral e tudo o que não fazemos de maneira maximizada é tido como preguiça, desleixo ou falta de compromisso. Viver bem deixou de ser sobre sentir e começou a ser sobre operar - e, assim, a própria recuperação (que deveria ser pausa e descanso) se transforma em mais trabalho, para que não ameace nossa identidade construída em torno da produtividade. 🫡
Talvez a verdadeira recuperação, então, não esteja em medir cada centímetro de eficiência, mas em criar um cotidiano no qual o corpo não precise implorar por pausa 🥵; no qual podemos nos reconectar de forma humana, e não algorítmica. Se precisarmos otimizar tudo o tempo todo, talvez o problema não esteja na incapacidade de se recuperar de maneira eficiente, mas no ritmo de vida que estamos insistindo em seguir. ⏱️






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